SOU MÉDICO E CANSEI DE ME EXPLICAR! SE FOR O CASO, QUE VENHAM O PROVAB, O MAIS MÉDICOS COM SEUS CUBANOS, PORTUGUESES, ESPANHÓIS… matéria
Ando meio cansado deste assunto. Portanto, essa será provavelmente minha última postagem sobre o tema. Só decidi fazê-lo pois parentes, amigos e pessoas em geral têm constantemente me abordado e até mesmo me inquirido, nas mais diversas ocasiões e encontros sociais, sobre como pode uma classe profissional ser tão elitizada, corporativa, alheia à realidade e desprovida de humanidade como nós médicos. Dizem que protestamos de barriga cheia. Afinal, num país como o nosso, o sujeito se formar em Medicina e já ter garantido pelo Governo Federal um emprego que lhe proporciona uma renda de R$ 10.000,00 livres de impostos; e ainda achar ruim e protestar, soaria como escárnio perante as demais profissões. Por que os médicos se comportam assim? E o juramento de Hipócrates?
Bem… andei pensando e ainda que para mim as respostas sejam muito claras e por vezes óbvias, de fato, há que se concordar que para os outros talvez ensejem as dúvidas mais legítimas.
De fato, por que somos contra o PROVAB e o Mais Médicos? Como podemos ser contrários a programas que visam garantir médicos a quem não os tem? Como podemos ser contra os dois anos adicionais e remunerados no ciclo de graduação? Estes anos não seriam importantes para nossa formação técnica e sobretudo para nossa humanização? Afinal o que querem os médicos? Apenas dinheiro, prestígio? Seria apenas o egoísmo que nos move? E a Saúde Pública, como fica?
Antes de responder a estes questionamentos, entretanto, acho por bem declarar o meu conflito de interesses em relação ao assunto, que penso ser rigorosamente o mesmo de boa parte da classe médica. Pensando estritamente em mim, após algumas ponderações, conclui que tais programas em nada me prejudicarão. Muito pelo contrário, talvez até me beneficiem do ponto de vista estritamente econômico.
Senão vejamos: os alunos, a partir de 2015 demorarão 8 anos para se graduar. Não é necessário muita perspicácia para se perceber que, no curto prazo, isto representará um aumento da reserva de mercado para nós médicos. Portanto, se esta mudança sacrifica os futuros alunos, beneficia economicamente os médicos já estabelecidos, ao zerar a oferta de médicos formados por dois anos consecutivos. Isto se chama lei da oferta e da procura, algo elementar em economia…
E os médicos estrangeiros não seriam uma ameaça, não iriam competir conosco?
Sinceramente, a resposta é NÃO! O governo foi claro ao dizer que ao não submeter estes profissionais ao REVALIDA, isto significaria que eles teriam a sua área de atuação restrita às áreas desassistidas por médicos brasileiros. Portanto, parece claro, competição não será o problema…O irônico nisto tudo é que, do jeito que a coisa foi posta, quem está a praticar a reserva de mercado por nós médicos é o próprio governo! E nós estamos contra!
Voltando a pensar estritamente nos meus interesses econômicos e de boa parte de nós médicos, é razoável supor que os estrangeiros irão aumentar a demanda por exames complementares. A julgar pelo nível destes profissionais, que não deverão sequer passar pela prova de revalidação, muitos deles serão desnecessários. Isto aumentará a procura por estes exames nas capitais. Em não havendo aumento da oferta, os seus preços se elevarão. E quem vai ganhar com isso? Provavelmente ninguém na sociedade. Contudo, muitos médicos irão sim melhorar os seus rendimentos ao realizar estes procedimentos.
Ora, há, obviamente, algo de estranho no ar… Se os programas em questão em NADA prejudicam os médicos estabelecidos, por que tamanha oposição de toda uma categoria? Por que tamanha resistência? Seria Corporativismo? Maldade pura?
Raciocinando de uma maneira lógica, creio que nenhuma categoria profissional é composta por heróis ou monstros, mas por pessoas comuns, cheias de virtudes e defeitos. Os médicos, não somos diferentes. Portanto, creditar a toda uma categoria a pecha de elitista, corporativa, alheia a realidade nacional e desumana é, ao meu ver, análise por demais superficial que demostra tão somente o desconhecimento do mérito da questão por parte de quem assim se manifesta.
Enfim… porque então tamanha resistência por parte dos médicos às propostas do Governo?
A meu ver a resposta é simples e direta: as medidas são caras, ineficazes e ruins. Precisa de mais?
Senão vejamos:
Nestes programas o governo paga uma bolsa de R$ 10. 000,00 para médicos atenderem em localidades remotas.
É muito? É pouco?
A resposta certa é: depende…
É pouco se considerarmos que este médico está lá para resolver boa parte dos problemas de saúde que de fato afligem uma comunidade.
Porém, passa a ser um valor exorbitante se este mesmo médico estiver lá apenas na qualidade de prescritor de sintomáticos e antiparasitários. E esse, infelizmente parece ser o caso. Colocando médicos recém formados ou estrangeiros sem a devida capacitação nos grotões do país e pagando cerca de R$ 10.000,00 a eles, o governo paga demais por qualificação de menos e desperdiça recursos públicos.
Acreditem. bem mais barato seria pagar cerca do dobro ou mesmo o triplo, a alguém altamente qualificado, que de fato resolva os problemas de saúde de uma comunidade. Quem entende um mínimo de Saúde Pública ou mesmo Privada, sabe que o ítem mais dispendioso dos gastos em saúde não é nem de longe o honorário médico, mas sim as despesas com tratamentos e exames especializados. Sabe também o quanto um bom profissional, ao solicitar exames com critério e tratamentos adequados "economiza para o sistema".
O problema do mais Médicos e do PROVAB é que estes programas estão equivocados em sua essência, no seu DNA. Partem do pressuposto de que o médico da atenção básica pode ser qualquer um: um recém formado sem residência ou mesmo um estrangeiro não avaliado. Partem do equívoco de que o médico generalista pode ser aquele que de nada sabe, quando na verdade, deveria ser o contrário: ou seja, o generalista deve ser aquele que sabe bem de um tudo, não sendo capaz de solucionar apenas os casos excepcionais. Não ter clareza absoluta neste ponto é relegar ao mais previsível fracasso todo o Sistema de Saúde Pública!
Este generalista deveria ser capaz de cuidar satisfatoriamente de crianças, idosos, realizar exames ultrassonográficos mais simples, seguir pré-natais, assistir a partos normais, realizar pequenos procedimentos cirúrgicos e ginecológicos, laudar exames como um Rx de tórax ou um ECG, cuidar bem dos diabéticos, dos hipertensos e da maioria dos casos de muitas das patologias que hoje abarrotam os consultórios dos especialistas, que por serem poucos, não suprem e nem jamais suprirão tamanha demanda.
Alguém, em sã consciência, acredita que um recém formado é capaz de tanto?
Alguém acredita que esse médico poderá ser um estrangeiro não testado em suas competências?
E como fazer para que esse médico, seja altamente qualificado, e esteja disposto a se estabelecer em locais tão remotos?
Bem, respondendo à primeira parte… Isto seria resolvido com 8 anos de graduação certo?
Errado! Quem entende um mínimo da formação e do processo de aprendizado médico sabe que é na Residência Médica, e não na graduação, que se dá o verdadeiro aprendizado de cunho prático para a carreira de um médico. Dessa forma, estender por mais 2 anos a duração do curso de graduação em Medicina representaria um atraso de cerca de 2 anos neste processo de aprendizado. Não por outro motivo há discussões em alguns países europeus que vão justamente na contramão da proposta do governo, ou seja: sugerem a redução do tempo de graduação para 5 anos, desde que universalizada a residência médica, tornando-a obrigatória. E sabe o que é melhor? O valor da bolsa de Residência Médica, que é feita integralmente no SUS, é cerca de um quarto do valor da bolsa do PROVAB. Ou seja, um único ano de PROVAB poderia custear cerca de 4 anos de treinamento na residência médica de saúde da família! Logo, o caminho não passa pelo aumento do número de cursos de graduação e tampouco do tempo da graduação. A solução óbvia é a universalização da residência médica e a seguir, torná-la obrigatória! Gastaria-se bem menos e os resultados seriam infinitamente superiores e mais rápidos.
Quanto à segunda parte, a estratégia consistiria obviamente em proporcionar a este profissional uma carreira estável, segura, estruturada e bem remunerada. Isto já ocorre com outras categorias profissionais tais como militares, promotores e juízes. Sinceramente, alguém crê na possibilidade de que um profissional altamente qualificado vá de forma espontânea se isolar nos rincões do país sem as garantias de uma carreira estável e bem remunerada? Casos isolados de médicos apaixonados pela caridade humana podem até ocorrer, contudo, são a exceção e exceções não podem se constituir na base para a formação de um Sistema de Saúde Pública.
Fundamental nesse processo seria necessariamente vincular a ascensão na carreira destes profissionais a um programa de capacitação e atualização permanentes, bem como a um sistema de metas em saúde pública para determinada região de sua responsabilidade, de tal sorte que para progredir na carreira haja a necessidade de se evoluir tecnicamente e de se fazer os indicadores de saúde de uma determinada região avançarem.
Postas essas considerações penso que caiba à nossa sociedade escolher o caminho a seguir. Honestamente, a minha vida e a da maioria dos médicos deste país em pouco ou nada mudarão seja qual for o caminho a ser adotado por nossa população, tão mal informada pelos meios de comunicação que se recusam a debater este tema com a devida profundidade. O mesmo não se pode dizer, infelizmente, sobre o impacto dessas medidas em relação às vidas e à saúde dos usuários do SUS.
E se essa for a escolha soberana da sociedade brasileira, quem venham o PROVAB e o Mais Médicos com seus cubanos, espanhóis, portugueses …
Difícil ter uma resposta mais sensata e completa ao desafio imposto pelo governo a toda a sociedade brasileira!
Ando meio cansado deste assunto. Portanto, essa será provavelmente minha última postagem sobre o tema. Só decidi fazê-lo pois parentes, amigos e pessoas em geral têm constantemente me abordado e até mesmo me inquirido, nas mais diversas ocasiões e encontros sociais, sobre como pode uma classe profissional ser tão elitizada, corporativa, alheia à realidade e desprovida de humanidade como nós médicos. Dizem que protestamos de barriga cheia. Afinal, num país como o nosso, o sujeito se formar em Medicina e já ter garantido pelo Governo Federal um emprego que lhe proporciona uma renda de R$ 10.000,00 livres de impostos; e ainda achar ruim e protestar, soaria como escárnio perante as demais profissões. Por que os médicos se comportam assim? E o juramento de Hipócrates?
Bem… andei pensando e ainda que para mim as respostas sejam muito claras e por vezes óbvias, de fato, há que se concordar que para os outros talvez ensejem as dúvidas mais legítimas.
De fato, por que somos contra o PROVAB e o Mais Médicos? Como podemos ser contrários a programas que visam garantir médicos a quem não os tem? Como podemos ser contra os dois anos adicionais e remunerados no ciclo de graduação? Estes anos não seriam importantes para nossa formação técnica e sobretudo para nossa humanização? Afinal o que querem os médicos? Apenas dinheiro, prestígio? Seria apenas o egoísmo que nos move? E a Saúde Pública, como fica?
Antes de responder a estes questionamentos, entretanto, acho por bem declarar o meu conflito de interesses em relação ao assunto, que penso ser rigorosamente o mesmo de boa parte da classe médica. Pensando estritamente em mim, após algumas ponderações, conclui que tais programas em nada me prejudicarão. Muito pelo contrário, talvez até me beneficiem do ponto de vista estritamente econômico.
Senão vejamos: os alunos, a partir de 2015 demorarão 8 anos para se graduar. Não é necessário muita perspicácia para se perceber que, no curto prazo, isto representará um aumento da reserva de mercado para nós médicos. Portanto, se esta mudança sacrifica os futuros alunos, beneficia economicamente os médicos já estabelecidos, ao zerar a oferta de médicos formados por dois anos consecutivos. Isto se chama lei da oferta e da procura, algo elementar em economia…
E os médicos estrangeiros não seriam uma ameaça, não iriam competir conosco?
Sinceramente, a resposta é NÃO! O governo foi claro ao dizer que ao não submeter estes profissionais ao REVALIDA, isto significaria que eles teriam a sua área de atuação restrita às áreas desassistidas por médicos brasileiros. Portanto, parece claro, competição não será o problema…O irônico nisto tudo é que, do jeito que a coisa foi posta, quem está a praticar a reserva de mercado por nós médicos é o próprio governo! E nós estamos contra!
Voltando a pensar estritamente nos meus interesses econômicos e de boa parte de nós médicos, é razoável supor que os estrangeiros irão aumentar a demanda por exames complementares. A julgar pelo nível destes profissionais, que não deverão sequer passar pela prova de revalidação, muitos deles serão desnecessários. Isto aumentará a procura por estes exames nas capitais. Em não havendo aumento da oferta, os seus preços se elevarão. E quem vai ganhar com isso? Provavelmente ninguém na sociedade. Contudo, muitos médicos irão sim melhorar os seus rendimentos ao realizar estes procedimentos.
Ora, há, obviamente, algo de estranho no ar… Se os programas em questão em NADA prejudicam os médicos estabelecidos, por que tamanha oposição de toda uma categoria? Por que tamanha resistência? Seria Corporativismo? Maldade pura?
Raciocinando de uma maneira lógica, creio que nenhuma categoria profissional é composta por heróis ou monstros, mas por pessoas comuns, cheias de virtudes e defeitos. Os médicos, não somos diferentes. Portanto, creditar a toda uma categoria a pecha de elitista, corporativa, alheia a realidade nacional e desumana é, ao meu ver, análise por demais superficial que demostra tão somente o desconhecimento do mérito da questão por parte de quem assim se manifesta.
Enfim… porque então tamanha resistência por parte dos médicos às propostas do Governo?
A meu ver a resposta é simples e direta: as medidas são caras, ineficazes e ruins. Precisa de mais?
Senão vejamos:
Nestes programas o governo paga uma bolsa de R$ 10. 000,00 para médicos atenderem em localidades remotas.
É muito? É pouco?
A resposta certa é: depende…
É pouco se considerarmos que este médico está lá para resolver boa parte dos problemas de saúde que de fato afligem uma comunidade.
Porém, passa a ser um valor exorbitante se este mesmo médico estiver lá apenas na qualidade de prescritor de sintomáticos e antiparasitários. E esse, infelizmente parece ser o caso. Colocando médicos recém formados ou estrangeiros sem a devida capacitação nos grotões do país e pagando cerca de R$ 10.000,00 a eles, o governo paga demais por qualificação de menos e desperdiça recursos públicos.
Acreditem. bem mais barato seria pagar cerca do dobro ou mesmo o triplo, a alguém altamente qualificado, que de fato resolva os problemas de saúde de uma comunidade. Quem entende um mínimo de Saúde Pública ou mesmo Privada, sabe que o ítem mais dispendioso dos gastos em saúde não é nem de longe o honorário médico, mas sim as despesas com tratamentos e exames especializados. Sabe também o quanto um bom profissional, ao solicitar exames com critério e tratamentos adequados "economiza para o sistema".
O problema do mais Médicos e do PROVAB é que estes programas estão equivocados em sua essência, no seu DNA. Partem do pressuposto de que o médico da atenção básica pode ser qualquer um: um recém formado sem residência ou mesmo um estrangeiro não avaliado. Partem do equívoco de que o médico generalista pode ser aquele que de nada sabe, quando na verdade, deveria ser o contrário: ou seja, o generalista deve ser aquele que sabe bem de um tudo, não sendo capaz de solucionar apenas os casos excepcionais. Não ter clareza absoluta neste ponto é relegar ao mais previsível fracasso todo o Sistema de Saúde Pública!
Este generalista deveria ser capaz de cuidar satisfatoriamente de crianças, idosos, realizar exames ultrassonográficos mais simples, seguir pré-natais, assistir a partos normais, realizar pequenos procedimentos cirúrgicos e ginecológicos, laudar exames como um Rx de tórax ou um ECG, cuidar bem dos diabéticos, dos hipertensos e da maioria dos casos de muitas das patologias que hoje abarrotam os consultórios dos especialistas, que por serem poucos, não suprem e nem jamais suprirão tamanha demanda.
Alguém, em sã consciência, acredita que um recém formado é capaz de tanto?
Alguém acredita que esse médico poderá ser um estrangeiro não testado em suas competências?
E como fazer para que esse médico, seja altamente qualificado, e esteja disposto a se estabelecer em locais tão remotos?
Bem, respondendo à primeira parte… Isto seria resolvido com 8 anos de graduação certo?
Errado! Quem entende um mínimo da formação e do processo de aprendizado médico sabe que é na Residência Médica, e não na graduação, que se dá o verdadeiro aprendizado de cunho prático para a carreira de um médico. Dessa forma, estender por mais 2 anos a duração do curso de graduação em Medicina representaria um atraso de cerca de 2 anos neste processo de aprendizado. Não por outro motivo há discussões em alguns países europeus que vão justamente na contramão da proposta do governo, ou seja: sugerem a redução do tempo de graduação para 5 anos, desde que universalizada a residência médica, tornando-a obrigatória. E sabe o que é melhor? O valor da bolsa de Residência Médica, que é feita integralmente no SUS, é cerca de um quarto do valor da bolsa do PROVAB. Ou seja, um único ano de PROVAB poderia custear cerca de 4 anos de treinamento na residência médica de saúde da família! Logo, o caminho não passa pelo aumento do número de cursos de graduação e tampouco do tempo da graduação. A solução óbvia é a universalização da residência médica e a seguir, torná-la obrigatória! Gastaria-se bem menos e os resultados seriam infinitamente superiores e mais rápidos.
Quanto à segunda parte, a estratégia consistiria obviamente em proporcionar a este profissional uma carreira estável, segura, estruturada e bem remunerada. Isto já ocorre com outras categorias profissionais tais como militares, promotores e juízes. Sinceramente, alguém crê na possibilidade de que um profissional altamente qualificado vá de forma espontânea se isolar nos rincões do país sem as garantias de uma carreira estável e bem remunerada? Casos isolados de médicos apaixonados pela caridade humana podem até ocorrer, contudo, são a exceção e exceções não podem se constituir na base para a formação de um Sistema de Saúde Pública.
Fundamental nesse processo seria necessariamente vincular a ascensão na carreira destes profissionais a um programa de capacitação e atualização permanentes, bem como a um sistema de metas em saúde pública para determinada região de sua responsabilidade, de tal sorte que para progredir na carreira haja a necessidade de se evoluir tecnicamente e de se fazer os indicadores de saúde de uma determinada região avançarem.
Postas essas considerações penso que caiba à nossa sociedade escolher o caminho a seguir. Honestamente, a minha vida e a da maioria dos médicos deste país em pouco ou nada mudarão seja qual for o caminho a ser adotado por nossa população, tão mal informada pelos meios de comunicação que se recusam a debater este tema com a devida profundidade. O mesmo não se pode dizer, infelizmente, sobre o impacto dessas medidas em relação às vidas e à saúde dos usuários do SUS.
E se essa for a escolha soberana da sociedade brasileira, quem venham o PROVAB e o Mais Médicos com seus cubanos, espanhóis, portugueses …
Difícil ter uma resposta mais sensata e completa ao desafio imposto pelo governo a toda a sociedade brasileira!