Em outubro, a capital uruguaia Montevidéu receberá o primeiro encontro do Parlamento do Mercosul (Parlasul), que reunirá representantes dos países que compõem a entidade. Mas não são apenas os parlamentares que poderão expor ideias e defender pontos de vista. Paralelamente ao evento, acontecerá também o Parlamento Juvenil do Mercosul, composto por jovens entre 15 e 17 anos de sete nações sulamericanas. A proposta partiu dos hermanos argentinos e abrange, ainda, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Chile e Venezuela.
No Brasil, os órgãos responsáveis pelas inscrições,dos interessados, até a próxima sexta-feira, são as secretarias estaduais de educação. Da lista inicial, o MEC selecionará três estudantes de cada estado e do Distrito Federal, que viajarão à Brasília entre os dias 14 e 17 de setembro para a seleção final. Cada país tem direito a enviar 18 jovens ao Parlamento Juvenil do Mercosul, além de nove suplentes - uma composição semelhante a do Parlasul. O tema central do encontro é "o ensino médio que queremos".
- Os debates vão girar em torno de assuntos como inclusão educativa, participação cidadã do jovem, a sua relação com o trabalho e identidade de gênero, além da questão da evasão escolar. Essa pauta, que não precisa necessariamente ser seguida a risca, foi definida conjuntamente entre os países – explica Carlos Artexes Simões, diretor de Concepções e Orientações Curriculares para Educação Básica do MEC.
Segundo o diretor, os critérios de escolhas regionais não são fixos, já que cada estado tem as suas peculiaridades. Contudo, ainda de acordo com Simões, a seleção de jovens das cidades de fronteira é vista como prioritária, justamente pelo fato de eles já conviverem de maneira mais próxima com um "intercâmbio cultural". Mesmo assim, as únicas exigências comuns entre os oito países participantes é a faixa etária dos jovens parlamentares e que eles sejam estudantes da rede pública.
A ideia é que, a partir das discussões realizadas no Parlamento Juvenil do Mercosul, os jovens possam compor uma carta ou documento e apresentá-la diretamente aos representantes governamentais, apontando as suas principais reflexões e reinvidicações. E o grupo não se reunirá apenas em Montevidéu, já que novos encontros acontecerão conjuntamente às reuniões do Parlasul – as datas ainda não estão definidas.
- É essencial ouvir os jovens para montar uma política de educação pública, e o Parlamento Juvenil é um mecanismo onde eles podem ter voz. Além disso, O Parlasul vai definir caminhos de intercâmbio e interação entre os países do Mercosul. Imagine a possibilidade de inserir a juventude nesse processo? É ótimo – ressalta Artexes Simões.
Embora também façam parte do Mercosul na condição de países associados, Peru e Colômbia não quiseram enviar representantes ao Parlamento Juvenil.